Crítica estruturada das imagens Luz e Sombra
Crítica estruturada das imagens Luz e Sombra
Por meio das análises feitas, e das percepções tidas sobre as imagens produzidas por Julia Martins Rosa, é possível afirmar a predominância da penumbra nas partes mais escuras das fotografias. Sendo assim - com exceção apenas da segunda imagem e do extremo topo da primeira - a cor preta é deixada de lado, e as composições são tomadas pelo branco e por tons acinzentados. Diferentemente de todos os demais colegas, Júlia foi a única a fotografar seu objeto de papel de tal forma que ele se mostra tão estreito que se "transforma em uma linha", a qual, curiosamente, produz uma sombra extensa, fato que eu gostei na primeira imagem. Outro aspecto que me agradou acerca do trabalho foi a disposição das imagens: todas possuem o mesmo tamanho, e as duas da extremidade distam igualmente da parte superior e dos lados do slide (isso não quer dizer que uma composição não tão simétrica seria ruim, no entanto, a simetria da Julia ficou boa). Enxergo muita beleza na terceira imagem, em que conseguimos ver apenas a parte superior do triangulo de papel, assim como apenas a parte superior do triângulo de sombra. Nessa imagem, também há uma linda simetria, que não é tão fácil de ser identificada, já que não é perfeita, mas que, uma vez vista, me encantou muito! Já sobre a segunda imagem, talvez haja um enfoque excessivo no objeto em si, e um esquecimento da sombra, a qual é a parte mais intrigante do projeto. Sendo assim, a manutenção do mistério do objeto que está produzindo a sombra seria, ao meu ver, um caminho mais interessante para que o conceito das fotos fosse mantido.
As fotografias da Stefane Reis, de fato, me fizeram ter interpretações de caráter técnico. No entanto, o que mais me chamou a atenção para escolher seu trabalho foi o caráter labiríntico que as imagens por ela produzidas me trazem. Uma ideia de prisão em meio ao papel e às sombras tomou a interpretação mais pessoal que tive. É interessante como as curvas estão apoiadas numa superfície de modo a produzir listras nessa, listras essas que podem ser sombra/ papel, ou até mesmo sombra/ superfície. Além disso, as curvas produzidas pelo papel e pelas sombras são bonitas e trazem sensação de movimento e organicidade à composição. A imagem oriunda da junção das quatro fotografias no slide traz uma confusão mental que eu acho muito divertida e interessante - confusão essa que, acredito, só é proporcionada pela disposição não convencional das fotos no slide! Apesar de a organização do slide ter contribuído para um ponto positivo da composição, é certo que as distâncias entre foto-margem do lado direito, e foto-margem do lado esquerdo estão desiguais, o que não soma ao trabalho, então, poderia ser arrumado (bem como as partes inferiores das fotos das extremidades, partes essas que quase chamam mais atenção do que as fotos em si). O fundo distante e completamente preto da primeira foto é bonito, e me chamou muito a atenção na hora de escolher o trabalho da Stefane!
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